Nascida no Rio de Janeiro em 1949 e hoje cineasta, Lúcia Murat iniciou sua militância politica ainda nova, sendo uma das presas no Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), era vice-presidente do diretório estudantil da faculdade de economia e estava no congresso representando sua faculdade quando foi presa pela primeira vez, em outubro de 1968, por uma semana, antes do Ato Constitucional nº5 (AI-5), não sendo torturada ainda, por ser uma estudante de classe média. Por este fato ocorrido no Congresso de Ibiúna, entrou na clandestinidade depois do AI-5, pois com o fim do habeas corpus e dos direitos que ainda existiam os militares a perseguiriam em algum momento. Sua segunda prisão se deu em 31 de março de 1971, após dois anos e meio de clandestinidade, levada ao DOI-Codi no Rio de Janeiro, torturada com pau de arara, eletrochoques, espancamentos e outros aterrorizantes métodos de tortura .
Nos anos 80, Lúcia passou a se dedicar ao cinema dirigindo diversos filmes e, devido a sua vivência, alguns abordando temas sobre a ditadura militar, como “Que bom te ver viva” (1989) longa-metragem que conta breves histórias, relatos e lembranças dos tempos de prisão, “Quase dois irmãos” (2004), que lhe rendeu o Prêmio de Melhor Filme Ibero-americano no Festival de Mar del Plata e “A memória que me contam” (2013), este último inspirado na vida da amiga de Lúcia e militante, Vera Silva Magalhães. Em 2011, ganhou diversos prêmios no Festival de Gramado com o filme “Uma longa viagem”. Hoje Lúcia Murat trabalha em direção, roteiro e produção.