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Zabé da Loca
Zabé da Loca é Isabel Marques da Silva.
Sagaz mulher do agreste pernambucano de 92 anos (nascida em 1924) que os solos áridos lhe ensinaram a ser paraibana. Desde pequena foi trabalhadora rural, sem escola, entre a enxada e o pife. Seu rosto revela as marcas do tempo sob o sol, mas seu humor esquiva as histórias dos assédios e perdas vividas. É viúva e mãe de três filhos.
Rainha Zabé e tocadora de pife. Sua relação com o instrumento é desde a infância, aprendizado dado com seu irmão, mas o reconhecimento veio apenas na terceira idade a partir da curiosidade de sua morada, uma gruta na zona rural de Monteiro – PB.
Pife, taboca, pífaro ou pífano é uma adaptação da flauta europeia, com influência indígena. Geralmente feita de taboca, como as flautas indígenas, o pife é utilizado pelos caboclos nordestinos em cerimônias. Loca é uma gruta, que foi morada de Zabé por 25 anos com sua família na região conhecida como Serra do Tungão, após ter sua casa desmoronada pelo tempo.
O projeto multimídia “Da Idade da Pedra” (1997) retratou a beleza encontrada no universo de Zabé, e dele surge um CD de mesmo nome. A musicista é autora de seus trabalhos, possui os álbuns “Canto do Semi Árido” (2004) e “Bom Todo” (2008).
Ao lado de Josivane, sua fiel companheira, e de Pitó, percussionista de sua banda, desenvolve um projeto de música, oferecendo percussão para as crianças da região.
Zabé é grandiosa, ‘saiu de casa pra beber água no mundo e, quando se deu conta, tinha um mundo para nadar’.
* Texto por Lívia Anjos
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