Com oito premiações, “Narradores de Javé”, conta não apenas uma história, mas demonstra a pluralidade da narração em si. A obra se passa numa cidade no sertão baiano que está prestes a ser inundada, devido a construção de uma grande usina hidrelétrica, sabendo disso, os moradores de Javé começam a buscar meios de fazer com que a cidade não seja destruída por meio de um documento oficial, para que, então, vire um patrimônio histórico. O problema surge quando se dão conta que na vila não há ninguém que saiba escrever, e a única irônica esperança é chamar Antônio Biá, o antigo responsável pela Agência de Correios, que foi expulso da cidade por ter forjado cartas, fazendo fofocas dos vizinhos, para assim aumentar a circulação do Correios, que era então muito escasso. O documento fica em responsabilidade de Biá, contando a história da cidade de Javé a partir de depoimentos dos próprios moradores, que se revelam muito diferentes, mostrando memórias incompatíveis entre si, impossibilitando a escrita. Vale ressaltar que a trama em si não é narrada por Biá, e sim por Zaqueu, um homem que era o único responsável por buscar mantimentos para o povo, e morou boa parte de sua vida distante do Vale, dando a entender que a versão narrada é uma série de outras versões.
Drama – 01:40:00- São Paulo, Brasil, 2003.
Direção Eliane Caffé
Roteiro Luis Alberto de Abreu e Eliane Caffé
Direção de Produção
Direção de Som
Direção de Arte
Direção de Fotografia
Edição ou Montagem
Atriz Protagonista